sábado, 22 de novembro de 2008

Tu-rismo Vertical

Tu pisavas em astros da janela
Em surreal busca do infinito.
Tu andavas cortando os cacos de vidro
Por um final desenhado de amarela.

O reluz que exploravas com ela
Tu congelavas em fatos e mitos.
Enquanto passava o tempo restrito
Em que desejavas o sabor de canela.

Tu pisavas em astros da janela:
No infinito de vidro;
Restrito de mitos;
Em busca da estrada onde sela.

Camila de Magalhães


Foto: Caio Amorim

sábado, 1 de novembro de 2008

NaturMesa

Natureza
[Ver(de)melhada]
Descolore o mundo
[Vivo-Morto]
Ao seu redor.

Naturmesa
[(Des)entegrada]
Transformando o tudo
[Preto-Branco]
Em um só.

Altereza
[(Deus)entegrada]
Industrializa o espaço
[Rubro-Preto]
Fusão em nó.

Nadareza
[(Des)figurada]
Vazializa o mundo
[Morto-Vivo]
Vácuo dó.

Camila de Magalhães


Foto: Caio Amorim

Contra(o)tempo


Mundo
Imundo de nós,
Trabalhadores de vida,
Metabolizamos o agora.

Agora
A hora dos sóis,
Fatos de conquistas,
Queimados no tempo.

Tempo
Vento do rosto,
Sentido da pele,
Toque do infinito.

Infinito
Mito de homem,
Aliviador,
Eternidade de vida.

Vida
Corrida passagem de nós,
Trabalhadores abstratos,
Buscamos um lugar ao sol.

Camila de Magalhães


Foto: Caio Amorim

Futuro do Pretérito

Caminhos entreabertos
Levam-me às ruínas
De vistas não minhas.

Lugares pretéritos
Transformam o vácuo
Do ser ainda meu.

Na vida aporética,
Que um dia recebi,
Atravesso essas portas,
Vazias dos seus olhos,
Que existiram em matéria
De outro tempo.

Camila de Magalhães


Foto: Caio Amorim