Parece que foi ontem que a menina se tornou mãe aos seus dezessete anos. Com toda a força e rejeição ela ainda traria ao mundo aquele menino vermelho e branco. Mal sabia que o mais difícil não seria o nascer, mas sim o viver daquela criança não indefesa. No primeiro momento foi festa, presentes e carinhos. Todos queriam tocá-lo. Contudo o tempo passa e as coisas caem no esquecimento. A jovem mãe não sabia das crises, dos vícios e fins que passaria no ganha-pão da criança. Sendo fraca pensou em desistir, sendo sozinha sentiu-se abandonada e sendo só minha viveu pelo crescimento de seu ventre agora vazio. Hoje a criança corre pelos campos secos desse sem fim, enquanto a mulher segura a sua mão para proteger e guiar o seu ser ao infinito poético.
(Camila de Magalhães)