skip to main |
skip to sidebar
De todas as causas grandes pelas quais lutei nada é tão sutil e ao paradoxo, complexo. O sol não aquece o romantismo dessa hora, mas seca as lágrimas de alegria e dor que afloram do meu ser. Esse já se viu achado em outro, perdido no asfalto da sua estrada. E nela persiste a presença que floresce os cactos dos meus pés, assim me entrego a minha solidão acompanhada de calor. Não há povos, palavras ou citações que o define. Há o que(m) o critique e o que o eleve. Na verdade nada é tão concreto e nem puro, o vermelho dos meus dedos já o manchou de sabor. Os dizeres do afora não refratam o interno. Só o arrepio desenha o portanto, só o íris traz o encanto do meu querer. É por isso que sofrer vira poesia no construir da nossa moradia de amor.(Camila de Magalhães)
O mundo corre...
Viadutos e bueiros
Entupidos de pessoas.
O tempo morre...
Vira mundos e bocejos
Estuprados das lagoas.
O corpo move...
Revirado e borrado
Expelindo coisas boas.
Só esses móveis
Empoeirando todo o à-toa
Do meu agora.
(Camila de Magalhães)
A chuva seca corta a minha janela de espelhos. Seus anti-reflexos fixam no nada que os meus dias produziram. Não sei bem ao certo a questão dessas idéias fixas que caíram por entre os becos que eu passei. Só sei que nelas vão embora pedaços de mim, pedaços afins que eu projetei em sonhos quebrados de felicidade. Penso que a infância é carta fora da minha vida e que a ilusões só são versos que ainda caem, caem como chuvas de vapor.
(Camila de Magalhães)
ÍrisDe calorRevesteCastanho azulDos seus meus
CírculoDa tua corRemexeCorante nuDos meus seus
SeusCílios de solTranscenderamMeusRaios ocularesParaO verãoNo frio inverno(Camila de Magalhães)
Foto: Caio Amorim