
Regar do raro amor do rei
Rimar restrito da vermelha
Rosar da reta familar
Ruir da reza eterna, Rita!
Camila de Magalhães
Águas verdes
Que correm entre veias
De um Francisco homem.
Águas vivas
Pulsadas no coração
De Minas gerias
Por todo corpo brasileiro.
Águas certas
Que circularam ao fim
Alagoas-Sergipe
Nas misturas salgadas.
Águas pobres
Foram muitos nutrientes
Orgânicos errados
Que as enfraqueceram.
Águas paradas
Provocaram enfarto
Entupiram os caminhos
Mudaram curso da aorta.
Águas erradas
Fazem parte do clone
De um São Francisco
Que não mais existe.
Camila de Magalhães
Nosso clima era de um branco
Tão vivo brilho e presente.
Refletia nos olhos um verde-amarelo
Ainda nato que existia nas palmeiras.
Mas as cores se misturaram
Com a chegada dos outros.
O verde não era mais o mesmo
Nem o amarelo mais nosso
Quando o vermelho se fez mais vivo.
Picharam nosso tupi de preto
E nos plantaram um europeu amargo
De uns tons diferentes de verde.
Na tentativa de manchar nosso branco de vermelho
Então nos vimos mais lusos,
Colonizados numa terra agora pálida
Nos escritos da nossa história.
Hoje aguardamos outros portugueses
Que se dizem americanos como nós
A fim de roubar o verde que nos resta.
Por isso gritamos de modo brado e retumbante:
- Quando sentiremos novamente o sabor das nossas cores tupis?
Camila de Magalhães e
Rafael João(http://palavraemextase.blogspot.com/)