domingo, 27 de julho de 2008

Poesia e Verso

Sobre a indiferença alcoólica
Insiste em deitar-se
Sobre o verso vadio.
Desmetrificado, branco, frio
Sem respeito, nem pudor.

A poesia mulher grita
A sensação de prazer amarga
Que reveste a realidade,
Metrifica e rima rica
Ao soneto de amor.

Mas os dois entrelaçados
Amam a cama papel-madeira
Por um fato sem sentido.
Algo vácuo de momento
Que uniu todo o espaço
Pelo tempo de escritor.


Camila de Magalhães e Pedaço de Rafael João

Ardente frescor

Ao sentir o cheiro forte
Desta água transparente
E suja
Sinto prazer e agonia
Memórias e esquecimento
De horas.

O leito incolor é quente
Deixa meu olhos vermelhos
De dor.
A paternidade vira nada
Com palavras queimadas
De atitudes frias,
Fim de amor.

O líquido vívido é erro,
Deixa minha mente intensa
De cor.
A tristeza viva nata
De falsas esperanças,
Ardente frescor.

A ardente é cobra
Que engloba fraquezas
De gente como eu,
Vazia.

Camila de Magalhães

domingo, 20 de julho de 2008

Ré-volta ao início


De alma vazia
De versos vadios
Sigo o caminho
Dos covardes.

O caminho que quem ver,
Quem ouve e fala.
Mas não toca.

Escolha obrigada
À luz dos meus sóis
Que iluminaram
Meu nada,
Infinito.

Camila de Magalhães

Oração principal

Eu Te peço só perdão.
Pois já não mais sou forte, meu Deus!
Minhas palavras são quebradiças
E metáforas, egoístas.
À poesia vermelha de pecados.

Minhas preces são para a dor,
Que destrói o meu por dentro.
Espero que a mesma saia aos poucos
Nesses versos covardes de nada.
Para eu poder apenas dormir
O sono que não me chega nunca,
Sem pesadelos nem lembranças.
A paz.

Camila de Magalhães

Desabafo Sanitário


AH!
Minha voz alcoolizada
Já não pode mais gritaaaar!
Pelas velas apagadas
Das minhas preces.

Não!
Apesar de me ver devorada
Por uma caixa de energia,
Não me vejo saciada
Do sabor de ser ouvida.
Fui perdida.

Sim!
O desconcerto claro do meu ritmo
Gera a invalidez
Dos meus versos vadios.
Em preto e branco
Sem sabor poético,
Aporético.

Lá!
Onde fiar é presente
Eu terço minha errada poesia
Em busca da vida,
Que escapa por entre meus dedos.

Camila de Magalhães