sábado, 28 de junho de 2008

Matar Poêmia

Unhas vermelhas
Facas pontiagudas
Pensamentos de prazer
Morte oposta
Sorriso

Mãos frias
Olhos ao teto
Pensamentos de prazer
Dor exaltada
Gargalhada

Sangue quente
Mente finalizada
Pensamentos de prazer
Fim do tempo
Bem estar

Unhas vermelhas
Mãos sujas
Sangue frio
Pensamentos vazios
Perdição
Assassina de palavras

Camila de Magalhães

sábado, 14 de junho de 2008

Desconcerto aporético


Painel de luzes queimadas
Metafísico de momento estático
Com vácuas palavras amordaçadas
De mãos penduradas na janela.

O existente transformado em meios
De versos errados pichados
No espelho de faces perdidas
Desacreditado às futuras intenções.

Olhar persistido e inchado
Com linhas imaginárias de dor
Da poesia confusa e inválida
Escrita com verde de sangue vermelho.

Camila de Magalhães

Auto histeria

É tanta coisa para o ser
e tantas maneiras para o obter
que já não entendo sobre a existência.

Meu impreciso é paranóico
e o meu prever é metafísico
que já não vejo minha poesia-imagem.

Não há mais concreto;
não há lógica nem psicologia;
não há razão e esperança.
Não! Não! Nunca!
Sim! Sim! Sempre!
Minhas asas estão quebradas,
mas meus pés já não pisam o chão.

Camila de Magalhães

Poetimia



Verso Vadio
Peça preciosa
Do meu desejo

Fazer a cria
Pessoa vazada
Do meu almejo

Depois completo
Errado certo
Do meu enredo

Sentir o vácuo
Poema caso
Do meu encesto

Camila de Magalhães

Encubação


Ser sonhos
Ter tudo
Ler lendas
Viver na morte

Querer quimeras
Mexer marolas
Temer temperos
Conhecer o vazio

Desejos forçados
Amores pecados
Do certo

Camila de Magalhães

domingo, 8 de junho de 2008

Apresentação

É isso que você vai encontrar em "Todos os Versos": Camila de Magalhães, uma escritora alagona, jovem e que guarda em sua boca rosada grandes palavras.

Beto Brito

Dedicação


Quando eu olho para essa mulher:
Vejo olhos de menina.
Vejo voz de bem vivida.
Vejo jeito de fada.

Ela foi mais do que pude ser.
Em todo tempo acreditou
Que um dia eu estaria onde estou.

Eu só tenho a lhe dedicar
Todos os versos que escrevi.


Camila de Magalhães

Rei e Rainha...

... responsáveis por Todos os Versos que já escrevi!

A amizade

A amizade é muito mais que palavras, que presenças, que encontros, que abraços e poesias.
Ser amigo não é apenas sair e se divertir e muito menos está ao seu lado em todas as horas.
Esse sentimento vem de dentro e é inexplicável como o amor.

É um habitante do ser que simplesmente existe.
É um acaso que se alimenta por qualquer coisa e se perde sem ser no tempo ou até em nada.

A amizade permite outras amizades, não é como o amor.
Talvez seja por isso que é um sentimento melhor que ele.

Tem amigos que mesmos distantes e sem contato serão amigos para sempre.
Mas isso só acontece porque existe alguma coisa.
Inexplicável mais que marca, e isso não são os anos e nem ao menos momentos passados.
É uma constante que alimenta todo um ser.
Nada além que isso.

Ah! A amizade é muito mais que essas palavras sujas que escrevi...

Camila de Magalhães

Momento sonhado real

Foi muito difícil está aqui
É muito difícil está aqui
Mas com vocês todos aqui
Com vocês perto de mim
É mais facil acreditar que tudo é real!

Sangue. Morte. Paz.

Sangue... Morte... Paz...
Sangue... Morte... Paz...
Sangue! Morte! Paz!

Sangue, cor vermelha latente
Líquido que circula por todo o corpo
Sangue, aquele que jorra da gente
Violente que se pinta nesse todo
Branco, amarelo, vermelho e negro
Rico, pobre, médio, feliz e triste
Todos são os mesmos nesse vermelho
Na aquarela da violência que existe

Morte, cor preta desse vácuo de tempo
Estado de quem não está mais aqui
Morte, interminável de um momento
Violenta nas pessoas ao sorrir
Crianças, jovens, adultos e idosos
Grandes, pequenos, pessoas sozinhas e amadas
Ela que nos leva para sempre os nossos
Que acaba com as pessoas na hora errada

Paz, cor branca de um mundo desejo
Tudo junto na hora certa de um lugar
Paz, um sonho que transformam em pesadelo
Violência de um nada misturado com amar
Americanos, Iraqueanos, Mundo brasileiro
Sol, lua e estrelas, Terra e água
Onde um pro outro foram assim feitos
Presença de calor, ausência de mágoa

Violência, cor preta, vermelha e branca
Estado de sangue... morte... paz...
Violência que encobre o mundo como uma manta
Música de intermináveis incostantes ais
Aqueles derramados em um mar de sangue
Aqueles forçados à morte descansar em nada
Onde se reza pela paz de algum instante
Que é a invasão constante da nossa estrada

Eu vejo armas armadas e tiros atirados
Em vocês?! Em mim?! Em todos nós!
Reconheço nas esquinas os mesmos erros do passado
São seus?! São meus?! São grandes sóis!
O ar quente e aquecido, a água escassa
As meninas da favela, as pobres ricas
Tudo se fermenda aumentando essa massa
Vamos em busca da vida já esquecida

Sangue... Morte... Paz...
Sangue... Morte... Paz...
Sangue! Morte! Paz!
Vida!


Camila de Magalhães

Onde está a poesia? (I) / Ela (II)


I
Já me falaram que a lua toca no mar
E eu pude sentir toda essa fantasia
Ensinaram-me que não se vive sem amar
Mas eu me pergunto: Onde está a poesia?

Já me disseram que agora é hora de chegar
E eu fui correr e lutar pelo o que eu queria
Eu aprendi a realizar naquilo que é sonhar
Mas hoje só pergunto: Onde está a poesia?

Já me mostraram que o passado fica para lá
E eu só guardei comigo aquilo que me sorria
Eu provei do que já não existe do lado de cá
Por isso eu pergunto: Onde está a poesia?

Já me cantaram que a vida é só sambar
E eu quis viver num mundo só de alegria
Eu descobri que na minha cabeça fui morar
Eu grito e pergunto: Onde está a poesia?

Hoje em rastos e restos vivo sempre a pisar
Caminhando em direção para onde eu iria
Eu vivo agora intensamente a procurar
Onde foi que eu perdi a minha poesia
II
Seus olhos escuros escondem segredos
Que ninguém imagina o que podem querer
Seu nariz respira seu ar e seu medo
Que poucos entendem que ela pode ter

Sua boca rosada guarda grandes palavras
Que ela fala em versos com sentidos opostos
Seus ouvidos escutam as críticas e calada
Pois ela sabe o que são e o que falam os outros

Sua pele é branca da cor do papel
Onde estão seus sentimentos e a sua emoção
Seus cabelos vermelhos mancham de mel
Os versos que eles seguram nesse imenso vão

Suas mãos têm unhas grandes e vermelhas
Que representam a cor do seu coração pequeno
Seus pés andam em cima das altas telhas
Ela está muito acima do que vemos

Sua vida é colher estrofes ao vento
Caminhando num caminho longo e sem fim
Suas marcas só ficam marcadas no tempo
E nas pessoas que um dia a viram assim
Camila de Magalhães

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Dialética Poética


Vinicius de Moraes:
"Com as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia."

Camila de Magalhães:
Das estrofes ao vento
Com o som que batia
Juntei meus sentimentos
Virou só poesia.

Vinicius de Moraes:
"E na perspectiva
Da vida futura
Ergui em carne viva
Sua arquitetura."

Camila de Magalhães:
Da vida inativa
Com pouca ternura
Aos meus versos dei vida
Conteúdo e largura.

Vinicius de Moraes:
"Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo:
(Um templo sem Deus.)"

Camila de Magalhães:
Não sei se tem asas
Mas voa no memento
Tão meu e tão seu.

Vinicius de Moraes:
"Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
– Entrai, irmãos meus!"

Camila de Magalhães:
Mas vive em quem fala
Existe por dentro
-Senti os sonhos meus!


Camila de Magalhães