domingo, 8 de junho de 2008

Onde está a poesia? (I) / Ela (II)


I
Já me falaram que a lua toca no mar
E eu pude sentir toda essa fantasia
Ensinaram-me que não se vive sem amar
Mas eu me pergunto: Onde está a poesia?

Já me disseram que agora é hora de chegar
E eu fui correr e lutar pelo o que eu queria
Eu aprendi a realizar naquilo que é sonhar
Mas hoje só pergunto: Onde está a poesia?

Já me mostraram que o passado fica para lá
E eu só guardei comigo aquilo que me sorria
Eu provei do que já não existe do lado de cá
Por isso eu pergunto: Onde está a poesia?

Já me cantaram que a vida é só sambar
E eu quis viver num mundo só de alegria
Eu descobri que na minha cabeça fui morar
Eu grito e pergunto: Onde está a poesia?

Hoje em rastos e restos vivo sempre a pisar
Caminhando em direção para onde eu iria
Eu vivo agora intensamente a procurar
Onde foi que eu perdi a minha poesia
II
Seus olhos escuros escondem segredos
Que ninguém imagina o que podem querer
Seu nariz respira seu ar e seu medo
Que poucos entendem que ela pode ter

Sua boca rosada guarda grandes palavras
Que ela fala em versos com sentidos opostos
Seus ouvidos escutam as críticas e calada
Pois ela sabe o que são e o que falam os outros

Sua pele é branca da cor do papel
Onde estão seus sentimentos e a sua emoção
Seus cabelos vermelhos mancham de mel
Os versos que eles seguram nesse imenso vão

Suas mãos têm unhas grandes e vermelhas
Que representam a cor do seu coração pequeno
Seus pés andam em cima das altas telhas
Ela está muito acima do que vemos

Sua vida é colher estrofes ao vento
Caminhando num caminho longo e sem fim
Suas marcas só ficam marcadas no tempo
E nas pessoas que um dia a viram assim
Camila de Magalhães

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