Maquiagem vermelha recobre meu ser. O lado de fora é paradoxo à desforça interna. O mundo velho está no lugar comum. Não mais existe branco. Momentos mancharam a cor das maçãs do meu rosto de lágrimas salgadas. Descobriram a minha máscara perfeita. Estou nua na frente do meu público de cadeiras vazias. As tatuagens que fiz estão perdendo a cor e preenchendo lugares não-meus. Já não ouço o batuque musical de quem não existe. O Drummond que um dia projetei não aparece nas entrelinhas do meu abraço. E o reinado dos meus muros não vêem o meu crescer apesar da minha carapaça sofrer esgarçamento. O mundo é o nada que sempre foi. E eu, apoética, sou peça que não se encaixa em sua natureza já queimada.
Camila de Magalhães
Um comentário:
Ah, caiu na prosa... poética?; bem legal; é meio difícil se moldar às regras do mundo, não? =P
Alexandre
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