Quando visto meu corpo nu de poesia não são os versos que revestem as suas ondulações, e sim os vestidos rubis que transpassam minha silhueta fina. Nunca o cubro por causa da transparência, pois meus olhos castanhos descrevem todos os meus poros e arrepios. Eu o cubro por causa da decência de um mundo com escrúpulos de preconceito e cheio de olhos que o imaginam desconcreto. E é esse mesmo motivo de manter minha boca a caqui, meus cabelos em vermelhos e amarelos, meus olhos circulados de giz preto e toda a minúcia que eu uso para intensificar a essência do meu ser externo. Jamais serão futilidades de quem é vazia, porém poeticagem de quem ver no oposto do espelho um instrumento de viver dias e sentir o tato de mãos extras.
Camila de Magalhães
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